Setembro é um mês que, para muitos, carrega um tom mais sensível, é o Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio. O lema “falar pode mudar tudo” nos lembra de algo simples, mas poderoso: expressar o que sentimos, estender a mão, escutar e acolher pode de fato salvar vidas.
Mesmo sendo um tema delicado, falar sobre sofrimento emocional deixou de ser tabu. A conscientização cresce, e com ela vem a oportunidade de agir, reconhecer sinais, oferecer apoio e ajudar quem está em crise.
Neste artigo, vamos entender por que a comunicação é tão importante, quais sinais ficar de olho e o que fazer se você ou alguém próximo estiver precisando.
Por que essa campanha existe?
O Setembro Amarelo é uma iniciativa brasileira inspirada em campanhas internacionais de prevenção ao suicídio. No Brasil, foi oficializada a partir de 2015 por meio da parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina, que visam incentivar o diálogo aberto sobre saúde mental, diminuir estigmas e fortalecer redes de apoio.
Ao longo dos anos, “falar pode mudar tudo” se tornou uma frase central da campanha: comunicar dor, angústia ou pensamentos negativos é um passo fundamental para buscar ajuda e evitar tragédias.
Por que falar pode mudar tudo?
- Desestigmatiza o sofrimento: quando falamos abertamente sobre dor emocional, contribuímos para que o tabu que cerca doenças mentais desapareça;
- Libera o peso interno: muitas vezes, simplesmente dizer o que está doendo já ajuda a aliviar o peso emocional;
- Ajuda a pessoa a perceber que não está sozinha: ouvir “eu te escuto” reforça a sensação de pertencimento e acolhimento;
- Permite intervenção precoce: ao identificar sinais de risco, é possível agir antes que o quadro se agrave;
- Como dizem defensores da campanha, ouvir e oferecer escuta ativa pode salvar vidas.
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Sinais de alerta: quais mudanças merecem atenção
Ficar atento a mudanças comportamentais pode ser crucial. Alguns sinais de alerta incluem:
- Expressões frequentes de desespero, frases como “não aguento mais” ou “não quero existir”;
- Isolamento repentino: afastamento social, deixar de participar de atividades antes prazerosas;
- Alterações no sono ou apetite: dormir demais ou dormir pouco, comer em excesso ou ausência de apetite;
- Perda de interesse nas relações e nas coisas que antes importavam;
- Apresentar feridas, cortes ou automutilação;
- Descuido com a aparência, higiene ou rotina;
- Mudança no comportamento: mais irritabilidade, agitação ou lentidão.
É importante lembrar que nem todo sinal indica risco imediato, mas quando vários aparecem juntos, é hora de prestar atenção e agir.
Quando procurar ajuda profissional?
Se você percebeu sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo, é importante não adiar a busca por ajuda. Algumas ações possíveis:
- Procurar um psicólogo ou psiquiatra para avaliação e apoio terapêutico;
- Conversar com um amigo, familiar ou pessoa de confiança sobre o que está sentindo;
- Em casos de risco iminente, contatar serviços de urgência ou linhas de apoio como o CVV (telefone 188 no Brasil), disponível 24h gratuito e confidencial;
- Buscar redes de apoio comunitárias, grupos de escuta e espaços acolhedores.
Lembre-se: pedir ajuda demonstra força, não fraqueza.
Saúde mental e o cuidado integral
No ambiente clínico, como numa clínica especializada, o cuidado com a saúde mental muitas vezes deve caminhar junto ao cuidado de outras áreas da saúde. Pacientes que enfrentam doenças crônicas, distúrbios digestivos ou condições físicas também podem sofrer impactos emocionais — e uma abordagem integrada é fundamental.
Na ProctoGastro Clínica, por exemplo, o paciente pode ser acolhido de maneira holística, considerando que fatores como dor crônica, sintomas digestivos persistentes e estresse decorrente da doença impactam o estado mental e emocional. Isso reforça a importância de acolhimento, escuta e encaminhamento profissional quando necessário.
No #SetembroAmarelo, o lembrete é claro: falar pode mudar tudo. A vida merece ser valorizada e cuidada com empatia, atenção e proximidade. Se você está atravessando um momento difícil ou percebe alguém próximo precisando de ajuda, estenda sua mão, ofereça escuta sem julgamento, demonstre presença e incentive o acolhimento profissional.
Você não está sozinho/a! Se precisar, peça ajuda. Contate serviços de apoio, profissionais especializados ou fale com alguém em quem confie.
Cuidar da mente é tão essencial quanto cuidar do corpo, e juntos podemos fazer toda a diferença.